Audiência pública da Câmara de Suzano sobre Zoonoses tem destaque para caso das ampolas com material biológico descartadas irregularmente
Descrição da imagem #PraCegoVer: sentados na Mesa Diretiva da Câmara estão, da esquerda para a direita, a diretora Gláucia Paulino, o vereador Marcel da ONG, o secretário Diego Ferreira (ao microfone) e a diretora Priscila Arap.
Foto: Wanderley Costa
A Câmara de Suzano realizou ontem (23) audiência pública da Comissão Permanente de Proteção e Bem-Estar Animal, presidida pelo vereador Marcel Pereira da Silva (PRD), o Marcel da ONG, com a presença do secretário de Saúde, Diego Alves Ferreira; da diretora de Zoonoses, Priscila Jane Arap; da diretora administrativa da pasta, Gláucia Paulino; e dos vereadores Artur Takayama (PL); André Marcos de Abreu (PSD), o Pacola; e Marcos Antonio dos Santos (PRD), o Maizena.
A audiência, transmitida ao vivo pelo YouTube do Legislativo, teve como pauta a prestação de contas das ações do setor de Zoonoses até agosto de 2025.
Durante a reunião, foram apresentados os números das atividades de controle de vetores e animais no município. Até agosto deste ano, foram realizadas 6.775 ações contra a dengue, entre bloqueios em áreas suspeitas, visitas domiciliares e apuração de denúncias ambientais. O secretário destacou a queda de 85% no número de casos de dengue em 2025, em comparação ao período crítico de 2024. Também foram informadas ações contra animais sinantrópicos (215 registros), peçonhentos (143), silvestres (17) e cães e gatos (654), incluindo capturas, denúncias e vacinações antirrábicas.
Ampolas
O descarte irregular de frascos coletores com sangue e urina de animais, encontrado recentemente na rua Batista Renzi, no centro da cidade, denunciado por Takayama na semana passada, foi debatido também. O vereador questionou o andamento das investigações.
Em resposta, o secretário de Saúde esclareceu que os frascos não pertencem à rede municipal de saúde. Os rótulos continham nomes de animais e lotes identificáveis, o que indica tratar-se de resíduos de clínicas privadas. “É um crime ambiental inafiançável, e o responsável deve ser punido. Acionamos a Secretaria de Meio Ambiente e a Polícia Civil, que já investigam o caso”, afirmou Ferreira.
O secretário destacou ainda os riscos à saúde pública: “Embora seja material animal, poderia conter doenças graves, como raiva. Se fosse humano, o perigo seria ainda maior, com possibilidade de HIV, hepatite e outras patologias transmissíveis”, frisou.
Takayama reforçou que a Câmara seguirá acompanhando o caso e já oficiou a Secretaria de Meio Ambiente. “Quero deixar claro à população que esse material não tem ligação com a Prefeitura. É de origem privada, e este vereador cobrará até que os culpados sejam responsabilizados”, declarou.
Propostas
Além da prestação de contas, vereadores levantaram sugestões de melhorias. Pacola sugeriu maior rigor na concessão de licenças a pet shops e atenção especial à dedetização de condomínios.
Maizena cobrou a ampliação de baias no canil e defendeu a criação de leis municipais que permitam o recolhimento de animais antes de ataques a pessoas.
O secretário propôs a contratação de profissionais de comportamento animal para avaliar e adestrar cães agressivos, ampliando as chances de adoção responsável.
Também foi discutida a possibilidade de adotar em Suzano um modelo semelhante ao de Bragança Paulista, que prevê incentivo financeiro à adoção de animais. Ferreira lembrou ainda que a vacinação antirrábica ocorre toda última quarta-feira do mês, no Canil Municipal, que fica na rua Waldemar Augusto, 300, no Parque Residencial Casa Branca, já que a raiva em cães e gatos está erradicada há mais de dez anos.
Encerramento
A diretora de Zoonoses, Priscila Arap, ressaltou que a função do setor é controlar animais e vetores que oferecem risco à saúde humana, não casos de maus-tratos ou abandono, que são de competência da Secretaria de Meio Ambiente.
Ao final, o secretário de Saúde agradeceu o apoio da Câmara e reforçou o compromisso do município em avançar no bem-estar animal e no controle de zoonoses. “Estamos trabalhando para melhorar as condições do canil, ampliar a estrutura e, principalmente, garantir que as ações sejam feitas com responsabilidade e transparência”, concluiu.





