Vereadores criticam gestão do Hospital e Maternidade de Suzano durante sessão da Câmara
Descrição da imagem #PraCegoVer: em primeiro plano, vereadores sentados em suas cadeiras no Plenário. À frente deles, vereadores na Tribuna e na Mesa Diretiva.
Foto: Wanderley Costa
Durante a sessão de ontem (1º) da Câmara de Suzano, os vereadores usaram a Tribuna Livre para denunciar falhas graves no atendimento do Hospital e Maternidade de Suzano (HMS) – a antiga Santa Casa. O principal tom dos discursos foi de indignação com a empresa responsável pela administração da unidade, o Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), criticada por supostamente priorizar o lucro em detrimento da qualidade do serviço prestado à população.
Reclamações
O vereador Marcio Alexandre de Souza (PL), o Marcio Malt, apresentou um áudio de uma moradora, identificada apenas como dona Lúcia, que relatou desespero ao procurar atendimento médico no hospital. Segundo ela, após ser encaminhada para exames e medicação, esperou horas sem ser atendida e ainda foi informada de que sua ficha havia desaparecido. No áudio, a paciente relata dores intensas e falta de assistência: “Estou quase desmaiando, por favor me ajudem”, disse.
Malt afirmou que esse não é um caso isolado e que diariamente recebe denúncias de desorganização e demora no atendimento. “O que vemos é a falta de humanidade, de empatia e de amor ao povo de Suzano. A Prefeitura paga em dia o contrato, mas o serviço oferecido é indigno”, criticou.
O vereador Josias Ferreira Silva (PCdoB), o Josias Mineiro, foi citado por Malt por ter acompanhado de perto situações semelhantes no HMS. Segundo ele, a presença de parlamentares no hospital faz com que funcionários “apareçam de repente”, evidenciando problemas de gestão e falta de profissionais.
Na mesma linha, o vereador André Marcos de Abreu (PSD), o Pacola, também criticou a atual administração, relatando casos de pacientes submetidos a longas esperas para exames, como um morador que aguardou quatro horas após a coleta de sangue, que acabou inutilizada, sendo necessária nova coleta. Ele também denunciou que uma idosa de 90 anos, vítima de AVC, teve alta hospitalar sem condições de transporte adequado, sendo orientada pela unidade a providenciar por conta própria uma ambulância.
“O que estamos vendo é um descaso total. Já tem gente dizendo que sente saudade da antiga Santa Casa, e olha que os problemas lá também eram graves. Mas a situação piorou muito”, afirmou Pacola.
Fiscalização
Malt ainda defendeu a criação de uma comissão de fiscalização para acompanhar de forma surpresa o funcionamento do hospital. A ideia é realizar visitas sem aviso prévio para verificar a realidade enfrentada pela população. “Muitos sofrem calados porque não têm acesso a um vereador. Precisamos ser a voz dessas pessoas”, disse.
Além disso, Pacola levantou a possibilidade de revisão do contrato com a INTS e até de rescisão. “Se não houver mudanças imediatas, temos que abrir nova licitação. A saúde de Suzano não pode continuar desse jeito”, declarou, explicando que o prefeito Pedro Ishi (PL) continua trabalhando para melhorar a saúde suzanense.
Ao final da discussão, o presidente da Câmara, Artur Takayama (PL), determinou que a solicitação de Malt fosse encaminhada à Comissão Permanente de Saúde para avaliação.
Pauta
Os vereadores aprovaram sete itens nesta sessão. Foram cinco projetos de decretos legislativos, um projeto de lei e uma moção de aplauso.
**Nota de resposta INTS: O INTS, responsável pela gestão do Hospital e Maternida de Suzano, informa que trabalha com seus quadros de médicos completos, incluindo clínicos gerais, emergencistas, cirurgião e médico supervisor. No pronto-socorro, todos os pacientes são avaliados e passam por triagem, sendo classificados de acordo com a gravidade do caso (vermelho, amarelo, verde e azul). Para salvar mais vidas, os casos mais graves são priorizados, o que pode levar a um maior tempo de espera nos casos de menor urgência ou leves. Mas todos os paciente que procuram a unidade, sem exceção, são atendidos. No dia 30 de setembro, por exemplo, mais de 450 pacientes foram atendidos, sendo 11 deles em estado muito grave (vermelho), e mais de 800 exames foram feitos. O INTS vem trabalhando diuturnamente em todos os processos para que os atendimentos ocorram da melhor maneira possível e se coloca à disposição de familiares que eventualmente queiram esclarecimentos a respeito de seus atendimentos.